De autoria de Pablo Fernandez, CEO.

Moderador: Susie Wheeldon, Diretora de Comunicações, GOGLA

Painelistas:

Rosalie Marsden, Associada Sênior, Acumen

William Brent, CMO, Husk Power Systems (Minigrids - Nigéria)

Dennis Nderitu, gerente de sistemas de energia, Global Energy Alliance for People and Planet

Pablo Fernandez, CEO, ecosecurities

Esse excelente evento, parte da Semana de Ação Climática de Londres, ofereceu uma plataforma inestimável para discutir a questão urgente de acelerar o acesso à energia limpa na África. Com aproximadamente 600 milhões de pessoas sem eletricidade no continente, a demanda por soluções de energia sustentável é fundamental. Os sistemas solares e de mini-redes fora da rede se destacam como soluções transformadoras, fornecendo eletricidade confiável e reduzindo significativamente a dependência de combustíveis fósseis. No entanto, o dimensionamento dessas soluções exige investimentos substanciais, o que torna o financiamento de carbono um elemento crucial.

Desafios na quantificação dos benefícios da adaptação

Nossas discussões destacaram tanto o potencial quanto os obstáculos do uso do financiamento de carbono para expandir o acesso à energia. Um grande desafio é quantificar os benefícios de adaptação dos projetos descentralizados de energia renovável. A Acumen enfatizou a complexidade de medir e relatar esses benefícios de forma eficaz sem sobrecarregar as empresas. A HUSK destacou a pressão financeira sobre as pequenas e médias empresas (PMEs) que tentam acessar o financiamento de carbono, uma preocupação com a qual me identifico profundamente, dada a minha experiência pessoal com PMEs que enfrentam esses desafios financeiros.

Soluções para desbloquear o financiamento de carbono

Em nossa busca por soluções, o conceito de agregação surgiu como uma estratégia promissora. As plataformas de agregação podem aliviar os encargos administrativos das PMEs, permitindo que elas monetizem as compensações de carbono de projetos que substituem fontes de energia tradicionais, como o diesel. O relatório "State and Trends of Carbon Pricing 2024" (Estado e Tendências do Preço do Carbono 2024) do Banco Mundial destaca o potencial do financiamento de carbono para apoiar projetos de energia limpa, um ponto que ecoou em nossas discussões. Simplificar os processos e tornar os projetos menores mais atraentes para os investidores no mercado de carbono foi recebido com entusiasmo, sinalizando uma perspectiva positiva sobre essa abordagem.

Papel dos mercados de carbono na mitigação e adaptação

Um tema central foi o duplo benefício de mitigação e adaptação oferecido por projetos solares e de mini-redes fora da rede. De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a energia renovável poderia ser responsável por quase metade da geração total de eletricidade na África até 2030, reduzindo significativamente as emissões de carbono. Embora os benefícios da mitigação, como a redução das emissões, sejam mais fáceis de quantificar e financiar, os benefícios da adaptação, como a criação de resiliência e o fortalecimento econômico, são mais complexos. Acredito que o aprimoramento da comunicação desses benefícios indiretos poderia ajudar a alcançar preços mais altos para os créditos de carbono. O GEAPP ressaltou o potencial de melhorar a comunicação dos benefícios colaterais, com base em exemplos bem-sucedidos, como fogões limpos.

Iniciativas de marketplace e defesa de políticas

Os insights do GEAPP sobre as iniciativas de mercado reforçaram a importância de mercados eficientes e políticas de apoio. O cenário de financiamento climático da Climate Policy Initiative (CPI) revela que apenas uma pequena parte do financiamento climático global é destinada à adaptação. As iniciativas que conectam os desenvolvedores de projetos com os compradores de créditos de carbono são vitais para promover um mercado mais dinâmico para projetos de acesso à energia em menor escala. O GEAPP destacou a necessidade de um ambiente político favorável, alinhado com acordos internacionais, como o Artigo 6 do Acordo de Paris, para atrair investimentos significativos e melhorar os preços dos créditos de carbono.

Perspectivas e desafios futuros

Olhando para o futuro, havia um claro senso de otimismo entre os participantes do painel. O Banco Africano de Desenvolvimento projeta que o investimento em mini-redes poderia fornecer eletricidade a mais 140 milhões de africanos rurais até 2030. No entanto, o aprimoramento das metodologias e os esforços contínuos de coleta de dados são essenciais para ampliar o financiamento da adaptação de forma eficaz. Reconhecemos as complexidades de navegar por acordos bilaterais e mercados de conformidade no cenário diversificado da África, mas compartilhamos o compromisso de simplificar as abordagens e reduzir os custos de transação. Esse espírito colaborativo é fundamental para o cumprimento das futuras metas de financiamento climático.

Ao refletir sobre o evento, sinto-me inspirado e motivado. Apesar dos desafios para quantificar os benefícios da adaptação e navegar nos complexos mercados de carbono, o caminho a seguir é claro. Por meio de colaboração, inovação e defesa de políticas, podemos liberar todo o potencial do financiamento de carbono para o acesso à energia na África. Essa abordagem aborda a mitigação das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promove a resiliência e o crescimento econômico nas comunidades que mais precisam. A participação nesse evento reafirmou o poder coletivo que temos para promover mudanças significativas. Juntos, podemos transformar desafios em oportunidades e pavimentar o caminho para um futuro mais brilhante e sustentável para a África.

A gravação do evento completo pode ser encontrada aqui: https://lnkd.in/g_imPDWs

(Código de acesso: LW!8h5!R)

 

"Estou inspirado e motivado. Apesar dos desafios de quantificar os benefícios da adaptação e navegar em mercados de carbono complexos, o caminho a seguir é claro. Por meio de colaboração, inovação e defesa de políticas, podemos liberar todo o potencial do financiamento de carbono para o acesso à energia na África."


Pablo Fernandez
CEO, EcoSecurities

Compartilhar